Novembro 2024 vol. 12 num. 4 - 8º SPDesign - Seminário de Pesquisa do PPG Design FAU USP
Artigo - Open Access.
"Sinalização ambiental: diretrizes de projeto para a criança como usuária do espaço urbano"
"Environmental Signage: Design guidelines for children as users of urban spaces"
MORETTIN, Renata de Oliveira Domingos ; CURCIO, Gustavo Orlando Fudaba ;
Artigo:
"Estímulos visuais e sensoriais são parte integrante do cotidiano das crianças desde a primeira infância. Quando uma cidade é planejada considerando as crianças como pedestres, cria-se um ambiente propício para aprendizado contínuo (Oliveira,2004). Apesar de muitas cidades ao redor do mundo estarem transformando seus espaços urbanos e priorizando o bem-estar das pessoas (Gehl, 2011), os ambientes projetados especificamente para crianças ainda são predominantemente praças e parques. No entanto, as crianças brincam em todos os lugares por onde circulam. Esta pesquisa considera o caminhar como estratégia eficaz para a apropriação da cidade pelos usuários. Percorrer as ruas a pé estimula a percepção do espaço urbano (Cullen, 1968), tanto em relação às belezas quanto aos desafios, ampliando a sensação de pertencimento e integração. Caminhar é uma forma democrática de locomoção. A pesquisa parte dos seguintes questionamentos: Como contribuir para que as cidades sejam mais acolhedoras e para que as crianças se sintam pertencentes aos espaços urbanos de uso diário? Quais diretrizes de projeto devem ser estabelecidas para adequar esses espaços às necessidades das crianças? Para entender este contexto, organiza-se nas seguintes etapas: levantamento bibliográfico sobre métodos de projeto de sinalização; análise de intervenções urbanas específicas para crianças, no Brasil e no exterior, por meio de estudos de caso baseados em imagens e desenhos de portfólios de escritórios de design; entrevistas com arquitetos e designers experientes na criação de espaços para crianças; e visitas técnicas a museus e praças. ... o design de sinalização pode ser compreendido como uma síntese de projeto que procura utilizar os conhecimentos sobre os usuários, os ambientes, as formas e as informações em benefício da comunicação entre os espaços construídos e seu público. (D’AGOSTINI, 2017, p. 29) Um sistema de sinalização é composto por um conjunto de informações em diferentes suportes, com características coesas, onde a função de cada um auxilia na compreensão do todo. Para uma comunicação eficaz, é fundamental conhecer as necessidades do ambiente e do usuário, considerando limites culturais, ergonômicos e socioeconômicos para cada público-alvo. A mensagem a ser comunicada pode incluir cores, formas, textos, setas, pictogramas, infográficos, mapas e imagens, compatíveis com as diferentes etapas do desenvolvimento infantil. O produto final da investigação será um guia de sinalização urbana destinado a arquitetos e designers, baseado nas recomendações de Douglas D'Agostini em seu livro “Design de Sinalização”, com foco nos projetos voltados para crianças. O documento visa estimular a interação das crianças com as cidades em que vivem, considerando sinais, placas, intervenções e elementos lúdicos que facilitem seus deslocamentos. A percepção de uma criança dos elementos visuais, sensoriais e físicos, bem como a relação que ela estabelece com a cidade, difere em muitos aspectos daquela experimentada por adultos (Meyer, 2020). Portanto, é necessária a realização do estudo e a proposição dessas recomendações, a fim de que essas intervenções auxiliem as crianças a se apropriarem, brincarem e desfrutarem das cidades em que vivem."
Artigo:
"Visual and sensory stimuli are an integral part of children's daily lives from early childhood. When a city is planned with children as pedestrians, it creates an environment conducive to continuous learning (Oliveira, 2004). Although many cities around the world are transforming their urban spaces and prioritizing people's well-being (Gehl, 2011), environments specifically designed for children are still predominantly squares and parks. However, children play in all the places they frequent. This research considers walking as an effective strategy for users to appropriate the city. Walking through the streets stimulates the perception of the urban space (Cullen, 1968), both in terms of its beauty and its challenges, enhancing the sense of belonging and integration. Walking is a democratic form of transportation. The research addresses the following questions: How can we contribute to making cities more welcoming and help children feel a sense of belonging to everyday urban spaces? What design guidelines should be established to adapt these spaces to the needs of children? To understand this context, the research will be organized into the following stages: a literature review on signage design methods; analysis of urban interventions specifically for children, both in Brazil and abroad, through case studies based on images and designs from design firm portfolios; interviews with architects and designers experienced in creating spaces for children; and technical visits to museums and squares. Signage design can be understood as a project synthesis that seeks to use knowledge about users, environments, forms, and information to benefit communication between built spaces and their audience (D’Agostini, 2017, p. 29). A signage system consists of a set of information on different supports, with cohesive characteristics, where each function helps in understanding the whole. For effective communication, it is essential to know the needs of the environment and the user, considering cultural, ergonomic, and socioeconomic limits for each target audience. The message to be communicated may include colors, shapes, texts, arrows, pictograms, infographics, maps, and images, compatible with different stages of child development. The final product of the investigation will be a guide to urban signage aimed at architects and designers, based on Douglas D'Agostini’s recommendations in his book Design de Sinalização, with a focus on projects for children. The document aims to stimulate children's interaction with the cities they live in, considering signs, plaques, interventions, and playful elements that facilitate their movements. Children's perception of visual, sensory, and physical elements, as well as their relationship with the city, differs in many ways from that experienced by adults (Meyer, 2020). Therefore, conducting this study and proposing these recommendations is necessary so that these interventions help children to appropriate, play, and enjoy the cities in which they live."
Palavras-chave: Criança, Design de sinalização, Desenho urbano, Cidades amigáveis, Espaços lúdicos,
Palavras-chave: Child; Signage design, Urban design, Child friendly cities, Playful spaces,
DOI: 10.5151/8spdesign-031
Referências bibliográficas
- [1] "CULLEN, Gordon. Paisagem Urbana. Lisboa: Edições 70, 1996.
- [2] D’AGOSTINI, Douglas. Design de Sinalização. São Paulo: Blucher, 2017.
- [3] GEHL, Jan. Cidade para Pessoas. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2011.
- [4] MEYER, Bernhard. ZIMMERMAN, Stefanie. Cidades para sentar e brincar, uma mudança de perspectiva para o espaço público. São Paulo: Instituto Alana, 2020.
- [5] OLIVEIRA, Claudia. O ambiente urbano e a formação da criança. São Paulo; Editora Aleph, 2004."
Como citar:
MORETTIN, Renata de Oliveira Domingos; CURCIO, Gustavo Orlando Fudaba; ""Sinalização ambiental: diretrizes de projeto para a criança como usuária do espaço urbano"", p. 115-118 . In: Anais do 8º SPDesign - Seminário de Pesquisa do PPG Design FAU USP.
São Paulo: Blucher,
2024.
ISSN 2318-6968,
DOI 10.5151/8spdesign-031
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