Trabalho Epidemiológico:

"INTRODUÇÃO: O sarampo é uma doença viral infecciosa exantemática aguda,podendo evoluir com complicações e óbitos. O Brasil recebeu em 2016 ocertificado de erradicação do sarampo pela Organização Pan-americana da Saúde(OPAS). Contudo, em 2018, novo surto da doença se iniciou na região norte,seguido, em 2019, de novas cadeias de transmissão na região sudeste do país.OBJETIVOS: Avaliar os dados epidemiológicos dos casos de sarampo confirmadosno Brasil, no período de 2018 e 2019, e associar esses dados à coberturavacinal nos estados. Sendo importante para alertar profissionais de saúde e apopulação sobre a importância do processo de imunização como forma deinterrupção da transmissão viral e atenuação da doença. MÉTODOS: Trata-se deum estudo retrospectivo, com análise descritiva, a partir de dados coletadosda Secretaria de Vigilância em Saúde. Assim, foi realizada uma análisedescritiva dos informes publicados por semana epidemiológica no período entrefevereiro de 2018 e outubro de 2019. Não foi submetido ao comitê de ética poistrata-se de dados secundários.  RESULTADOS: Em 2018, houveram 10262 casosconfirmados de sarampo, com destaque para Roraima (346) e Amazonas (9779).Foram confirmados 12 óbitos em 3 estados: Amazonas (6), Roraima (4) e Pará(2). A cobertura vacinal, em 2018, da tríplice viral em Roraima era de 61,37%para dose 1 e 56,59% para dose 2.  No estado do Amazonas, 70,92% para dose 1 e61,35% para dose 2. Em 2019, foram confirmados 18203 casos, com predomínio emSão Paulo (16090), seguido do Paraná (760), Rio de Janeiro (333), Pernambuco(268), Santa Catarina (251), Minas gerais (135) e Pará (118). A coberturavacinal desses estados para tríplice viral apresentou-se alta: São Paulo(93,95%), Paraná (102,81%), Rio de Janeiro (101,7%), Pernambuco (108,99%),Santa Catarina (105,45%) e Pará (77,67%). Foram confirmados 15 óbitos: SãoPaulo (14) e Pernambuco (1). Dos óbitos, apenas 2 eram vacinados. CONCLUSÃO: acobertura vacinal deficitária nos estados da região norte do país foi um fatordeterminante para início do surto em 2018 que se deu a partir de casosimportados da Venezuela. Apesar de a cobertura vacinal nos estados de maiorincidência da doença em 2019 apresentarem alta cobertura vacinal, a vacina foieficaz para evitar a evolução para óbito. Portanto, a vacinação é um meioessencial para o controle dessa doença, assim a cobertura vacinal deve sermantida alta por meio da potencialização de campanhas na Atenção Básica."