Resumo:

O xisto são rochas sedimentares com alto teor de matéria orgânica em sua matriz mineral, e que quando aquecido decompõe-se em óleo e gás. A exploração do xisto gera coprodutos sólidos entre eles os finos de xistos (FX) e o xisto retortado (XR), esses tem em sua composição macro e micronutrientes e apresentam potencial para serem aplicados na agricultura. O estudo de sobrevivência nos coprodutos do xisto de micro-organismos isolados dessas rochas é interessante do ponto de vista microbiológico e biotecnológico. Além de gerar dados microbiológicos, é possível também avaliar e sugerir como os micro-organismos podem desempenhar papel na biotransformação do xisto, agregando valor a esses coprodutos para o uso agrícola. O objetivo desse estudo foi avaliar a sobrevivência de bactérias isoladas dos coprodutos em meio mínimo contendo xisto como fonte de nutrientes. Os tratamentos avaliados foram: dois coprodutos do xisto (FX e XR), duas doses (15 e 20 g L-1) e cinco microrganismos (um Paenibacillus sp., um Xanthobacter sp. e três Bacillus sp.). A sobrevivência foi avaliada pelo método da diluição decimal e contagem de unidades formadoras de colônia (UFC) em meio Luria Bertani, após 5, 10 e 40 dias de incubação. A sobrevivência de Bacillus e Paenibacillus foi maior nas maiores doses de xisto após 5 e 10 dias, sendo que o isolado de Xanthobacter sobreviveu apenas até o quinto dia de incubação. Os isolados permaneceram viáveis até 40 dias de incubação nas duas doses de XR e FX. Os isolados de Bacillus e Paenibacillus apresentam capacidade de utilizar o xisto como fonte de nutrientes, observado pela viabilidade das células até 40 dias de incubação.