Estudo Ecológico:

**INTRODU****ÇÃ****O: **O suicídio é considerado o ato humano de infligir a si próprio o fim da vida, resultado de deliberação e execução com ciência do desfecho fatal. Há uma associação entre transtornos de humor e festividades de fim de ano, marcadas mediante campanhas publicitárias por alegria, confraternização, recomeço e fim de ciclos que, na verdade, podem emergir melancolia, concepção de pendência, desmotivação e supressão de sentimentos ditos “negativos” para manter o clima de festejo. A depressão é um dos transtornos mentais cujos sintomas se fazem recorrentes durante a época, sendo forte promotor de suicídio. Nesse sentido, busca-se analisar o suicídio como um fenômeno atravessado por aspectos biopsicossociais e culturais relativos à sociedade goiana durante festividades. **OBJETIVOS: **Apresentar o número de suicídios em Goiás, segundo idade, sexo e quadrimestres de ocorrência entre 2014 e 2016. **M****É****TODOS: **Estudo ecológico sobre mortalidade por suicídio (Código Internacional de Doenças-CID-10 X60-X84) em Goiás entre 2014-2016 a partir de dados do Departamento de Informática do Sistema Único De Saúde-DATASUS, mediante aplicativo TABNET. **RESULTADOS: **Goiás apresentou 1370 óbitos por suicídios no período analisado. Quanto à faixa etária, entre 10 e 19 anos, foram 105 suicídios (7,6%); 20-39 anos: 623 (45,5%); 40-59 anos: 414 (30,2%); 60-79 anos: 192 (14%); 80 anos ou mais: 33 (2,4%); 3 casos com idades ignoradas. Quanto ao sexo, 290 eram mulheres (21,17%) e 1080, homens (78,83%). Quanto a quadrimestres de ocorrência: fevereiro a maio, foram 434 casos (31,7%); junho a setembro: 450 (32,8%); outubro a janeiro: 486 (35,5%). **CONCLUSÕES****: **Observou-se mais suicídios em adultos jovens entre 20 e 39 anos e prevalência em homens. Em relação à distribuição anual, percebeu-se reduzida variação, porém com gradação de valores até último período analisado, que reúne grandes datas comemorativas, reforçando o pensamento de que nessas datas emergem mais sentimentos depressivos; no Centro de Valorização da Vida-CVV, por exemplo, o número de ligações recebidas aumenta em média 15% em dezembro. Por fim, para mitigar os fatais índices e os transtornos de ansiedade, síndromes do pânico e depressões derivados da melancolia festiva, propõem-se políticas de saúde que permitam prevenção multidisciplinar e interprofissional como apoio na superação de obstáculos, ação holística a nível de matriz familiar e biopsicossocial, e escuta terapêutica do indivíduo, especialmente durante festividades.