Medicina:

"Introdução: O teste de provocação oral (TPO) é o padrão ouro para avaliar o status alérgico a alimentos, mas é trabalhoso e impõe riscos ao paciente, inclusive óbito (UPTON, J.; ALVARO, M.; NADEAU, K. A perspective on the pediatric death from oral food challenge reported from the Allergy Vigilance Network. Allergy, 20 mar. 2019. SMITH, G. Alabama Boy, 3, Dies of Severe Reaction During Baked Milk Challenge Test. Disponível em: . Acesso em: 22 jul. 2024) O teste de ativação de basófilos (TAB) foi recomendado para diagnosticar alergias a amendoim e gergelim e pode minimizar riscos no TPO (SANTOS, A. et al. EAACI guidelines on the diagnosis of IgE‐mediated food allergy. Allergy, v. 78, n. 12, p. 3057–3076, 10 out. 2023) Objetivos: Avaliar a utilidade do TAB na identificação do status da alergia à proteína do leite de vaca (LV) em crianças brasileiras sensibilizadas ao leite. Métodos: Crianças sensibilizadas submetidas a TPO para LV tiveram, simultaneamente, sangue coletado para a realização de TAB e os resultados comparados. Onze crianças sabidamente alérgicas a LV, para as quais é antiético a execução de TPO também foram incluídas no grupo alérgicos. O TAB foi realizado com seis diluições de LV e controles, e o resultado, expresso em %CD63+. CAAE 46169021.2.0000.5505. Resultados: Das 17 crianças submetidas ao TPO, 11 foram consideradas alérgicas (3 anafilaxias). Crianças sensibilizadas, mas tolerantes, tiveram menor expressão de CD63% em todas as concentrações comparadas às que reagiram no TPO e aos alérgicos. A concentração de LV que melhor distinguiu as duas populações foi 10.000ng/ml. Um valor de corte maior que 5,8% de ativação apresentou sensibilidade de 100% e especificidade de 83%. Usando este valor de corte todas as crianças que reagiram durante o TPO não seriam submetidas ao procedimento. Conclusão: O TAB pode ajudar a distinguir alérgicos e tolerantes entre crianças sensibilizadas, otimizando a indicação do TPO e diminuindo seu risco. "