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Justificativa

Alergia Alimentar (AA) afeta cerca de 8-10% das crianças, porém a maioria adquire tolerância. O teste de provocação oral (TPO) é padrão ouro para diagnóstico e para avaliar aquisição de tolerância. Todavia, reações durante o TPO podem ocorrer, e identificar pacientes com maior risco dessas reações é fundamental para melhor decidir quando submetê-lo com maior segurança ao procedimento.

Objetivo(s)

Identificar fatores de risco para um TPO positivo em pacientes com AA IgE-mediada

Método(s)

Dados dos TPOs realizados no Ambulatório de AA, no período de janeiro/15 à dezembro/20, foram analisados retrospectivamente. Incluídos somente pacientes com AA mediada por IgE. As variáveis categóricas e numéricas foram analisadas por Teste exato de Fisher e Mann-Whitney, respectivamente. Modelo de regressão logística binária foi aplicado.

Resultado(s)

215 TPOs foram realizados no período, e 53(24,6%) resultaram positivos. Pacientes com TPO positivo e negativo foram comparados. Nem a idade ao TPO (mediana 39.0 vs 49.5meses, p=0,1392) nem o tempo de exclusão alimentar (mediana 32.0 vs 37.5 meses, p=0,5363) mostraram relação com desfecho positivo. História de anafilaxia prévia teve correlação com positividade (43% vs 25%, p=0,0109), assim como a presença de sensibilização (75% vs 48%, p=0,0001). Possuir outra doença alérgica ou  AA não teve influencia. Na regressão logística permaneceram fatores de risco a história de anafilaxia (p=0.010; IC95% 1.271-5.670) e presença de sensibilização (p< 0.000; IC95% 2.293-11.812).

Conclusão(ões)

Pôde-se observar que história previa de anafilaxia e sensibilização correlacionam-se com positividade no TPO. Nesse panorama, este estudo é o início para futuro desenvolvimento de score risk para TPO.