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Um Breve Panorama sobre a Indústria Gráfica Paraibana no Início do Século XX

A brief overview of the printing industry in Paraiba at the beginning of the 20th century

LIRA, Marília Gabriella ; FARIAS, Priscila Lena ;

Artigo:

"No início do século XX, a sociedade paraibana teve acesso a diversas revistas com projetos gráficos e literários variados, muitas vezes ricamente ilustrados por artistas locais, como o jovem ilustrador Tomás Santa Rosa (1909-1956). A partir da década 1920, essas publicações ampliaram o acesso à cultura visual na Paraíba, adotando novos tipos, cores e estilos gráficos. Nesta revisão de literatura, baseadas nos estudos iniciais da tese, traremos um panorama da indústria gráfica paraibana neste período, analisando como as inovações tecnológicas transformaram o cenário local. Explorar os impressos paraibanos é adentrar em um campo de trabalho que possui lacunas sob a perspectiva do Design, e, com isso, planejamos contribuir com a construção e fortalecimento da Memória Gráfica Brasileira. Foi em 1808, com a chegada da corte ao Brasil, que começaram a funcionar as máquinas tipográficas inglesas trazidas nos porões das embarcações portuguesas. Segundo Melo e Coimbra (2011), no início não havia um padrão visual distintivo para livros, revistas e jornais, mas, ao longo do tempo, as revistas assumiram um estilo visual mais ousado, diferenciando-se dos livros e se tornando protagonista da memória gráfica brasileira do século XIX. Até meados do século XIX, existiam poucos estabelecimentos gráficos na Paraíba. Foi apenas a partir de 1860, com a criação da primeira oficina tipográfica privada de José Rodrigues da Costa, que a indústria local começou a ganhar força. A oficina produziu impressos importantes como O Publicador, o primeiro jornal diário da Paraíba (Peixoto, 2017). Com a morte de José Rodrigues, sua maquinaria foi adquirida pela Imprensa Official, que em 1914 introduziu a linotipia, marcando um avanço significativo para a indústria gráfica paraibana (Martins, 1977). No início da década de 1920, ao passo no qual a imprensa nacional introduz novas técnicas de impressão para o desenvolvimento editorial, a Paraíba utilizaria estas novas tecnologias para a impressão de fotografias e ilustrações em periódicos. Neste período, as revistas paraibanas ganham um novo padrão gráfico notado por meio do uso de mais de uma cor na impressão, papéis de melhor qualidade e um projeto gráfico mais arrojado, a exemplo das revistas Paraíba Agrícola e Era Nova (Burity 2022). A linotipia foi particularmente útil na otimização da composição de jornais e outras publicações periódicas que precisavam ser produzidas em grande quantidade e em um curto espaço de tempo. Esta tecnologia permaneceu como a principal no estado até o final da década de 1920, quando Martins (1977) relata que a Imprensa Official começa a utilizar a impressão em máquina rotoplana duplex. Esse processo resultou em uma produção ainda mais rápida e eficiente, e permitiu a produção de posteriores publicações cada vez mais aperfeiçoadas."

Artigo:

"At the beginning of the 20th century, Paraíba society had access to several magazines with varied graphic and literary designs, often richly illustrated by local artists, such as the young illustrator Tomás Santa Rosa (1909- 1956). From the 1920s onwards, these publications expanded access to visual culture in Paraíba, adopting new types, colors and graphic styles. In this literature review, based on the initial studies of the thesis, we will provide an overview of the printing industry in Paraíba during this period, analyzing how technological innovations transformed the local scene. Exploring Paraíba's printed matter means entering a field of work that has gaps from a design perspective, and with this we plan to contribute to the construction and strengthening of the Brazilian Graphic Memory. It was in 1808, with the arrival of the court in Brazil, that the English typographic machines brought over in the holds of Portuguese ships began to work. According to Melo and Coimbra (2011), at first there was no clear visual identity for books, magazines and newspapers, but over time, magazines took on a bolder graphic style, differentiating themselves from books and becoming protagonists of 19th century Brazilian graphic memory. Until the mid-19th century, there were few printing establishments in Paraíba. It was only after 1860, with the creation of José Rodrigues da Costa's first private printing workshop, that the local printing industry began to gain momentum. The workshop produced important printed matter such as O Publicador, Paraíba's first daily newspaper (Peixoto, 2017). When José Rodrigues died, his machinery was acquired by the Official Press, which introduced linotype printing in 1914, marking a significant advance for Paraíba's printing industry (Martins, 1977). At the beginning of the 1920s, while the national press introduced new printing techniques for editorial development, Paraíba used these new technologies to print photographs and illustrations in periodicals. During this period, Paraíba's magazines took on a new graphic standard, with the use of more than one color in printing, better quality paper and a bolder graphic design, such as the magazines Paraíba Agrícola and Era Nova (Burity 2017; Burity 2022). Linotype was particularly useful for optimizing the composition of newspapers and other periodicals that needed to be produced in large quantities and in a short space of time. This technology remained the main one in the state until the end of the 1920s, when Martins (1977) reports that the Official Press began using duplex rotoplane printing. This process resulted in even faster and more efficient production, and allowed for the production of increasingly improved publications."

Palavras-chave: História do Design; Memória Gráfica; Cultura de Impressão; Design Editorial; Revistas Paraibanas,

Palavras-chave: Design History; Graphic Memory; Print Culture; Editorial Design; Paraiba Magazines,

DOI: 10.5151/8spdesign-027

Referências bibliográficas
  • [1] "BURITY, Luiz. A vocação das grandes velocidades”: um modernismo na Paraíba dos anos 1920 através das crônicas e da novela de José Américo de Almeida. Revista Brasileira de História, v. 42, p. 233 – 258, 2022.
  • [2] MARTINS, Eduardo. A Tipografia do Beco da Misericórdia: Apontamentos Históricos. Editora A União, 1977.
  • [3] MELO, Francisco Inacio Scaramelli Homem de; COIMBRA, Elaine Ramos. Linha do tempo do Design Gráfico no Brasil. Editora Cosac & Naify, 2012.
  • [4] PEIXOTO, Thayná. José Rodrigues da Costa: um tipógrafo na Cidade da Parahyba (1848 – 1866). Dissertação de Mestrado, 2017. Universidade Federal da Paraíba."
Como citar:

LIRA, Marília Gabriella; FARIAS, Priscila Lena; "Um Breve Panorama sobre a Indústria Gráfica Paraibana no Início do Século XX", p. 98-102 . In: Anais do 8º SPDesign - Seminário de Pesquisa do PPG Design FAU USP. São Paulo: Blucher, 2024.
ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/8spdesign-027

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