Resumo:

Esta pesquisa propõe um estudo do design como um processo imbricado nas dinâmicas de lugares precários das cidades, locais com pouca estrutura e oferta de serviços e poucos dispositivos urbanos disponíveis. Entende-se que há projetos de intervenções de caráter artístico que ocorrem nestes locais, desenvolvidos pelos próprios moradores que revelam dinâmicas para a cidade e que podem trazer ressignificações no campo do design. Considera-se que há uma potência engendrada nestas práticas cotidianas de mobilização comunitária e de intervenção urbana, que de alguma forma contribuem para a solução de questões emergentes, pertinentes às práticas sociais destes locais que não passam exclusivamente pela lógica comum dos estudos de design. São experiências da ordem do comum, na escala do corpo, do imaginário e das relações sócio afetivas e que podem trazer contribuições para o campo do design. A pesquisa encontra-se dentro do campo da Inovação Social, incorporando conceitos de design participativo, design e democracia e urban design. Como metodologia propõe-se a pesquisa participante. O que se pretende é compreender o design como um campo de conhecimento, de ação, de transformação, capaz de propor modificações e de contribuir eficazmente, na forma como vemos e apropriamos das cidades. Tem-se como referência para esta pesquisa, projetos de intervenção urbana e participação popular e coletiva que ocorrem no Morro do Papagaio em Belo Horizonte.