Resumo:

O mundo como um sistema aberto, vivo e entrópico tem manifestado significativos sinais de que está sob um processo de complexidade crescente, do qual emergem fenômenos que desafiam o modo de se pensar em problemas. Muitos desses problemas se qualificam como situações ou quadros complexos que demandam por ações que levem em consideração não somente o sintoma, mas principalmente suas causas e possíveis reverberações, assim como trazem consigo o desafio de se pensar em novos instrumentos, processos e recursos que possam ser utilizados não somente para melhor compreendê-los, mas também para agir sobre eles. O fluxo global contemporâneo de pessoas em busca de outros lugares para viver traz para o design um desafio que aponta para necessidade de se reorganizar enquanto campo de reflexão e atuação, do qual se espera por respostas eficientes para problemas sem formulação definitiva, sem precedentes, sem diretrizes estruturadas para sua resolução, sem respostas concretas e imutáveis. Este estudo se fundamenta em conceitos provenientes da teoria geral de sistemas, especificamente de sistemas vivos, e da teoria da complexidade, a partir da análise e compreensão do fenômeno da migração de refugiados sírios na cidade de São Paulo, entre os anos de 2013 e 2017. Através desse recorte se busca entender como este fenômeno se insere na contemporaneidade, como traduz uma situação de crise, como se tornacomplexo e quais possíveis chaves de reflexão disponibiliza ao campo do design.