Resumo:

O livro é um objeto milenar emblemático da cultura humana, rodeado de sucessos e insucessos, surpresas e desafios. Desde a invenção dos primeiros rolos de papiros antigos, ou dos códices do século II, o livro provou-se objeto soberano no suporte de informações. Seu design e sua conveniência o transformaram em uma ferramenta essencial por cinco séculos. Ainda assim, a introdução da era da informação suscitou uma série de questionamentos: as novas invenções poderiam suprimir o objeto livro e seus hábitos ancestrais? O suporte impresso ainda não desapareceu, mas certamente sofreu transformações. O livro não está mais no “altar” que antes estivera. Em um contexto de leitura on-line e hipertextualidade, somente uma pesquisa da forma do livro e suas propriedades podem explicar sua permanência e triunfo. À procura dos impactos causados pelo estabelecimento do suporte eletrônico no livro impresso, a presente pesquisa pretende realizar um estudo qualitativo referencial de exemplares icônicos de um determinado segmento editorial impresso, o mercado de editoras independentes, identificando a(s) linguagem(ns) gráfica(s) aplicada aos seus produtos. O segmento dos livros independentes é destacadamente uma parcela do mercado que apresentou um grande número de soluções inovadoras para o objeto analisado, fortalecendo sua permanência frente às crises atuais e ressignificando a sua existência. O resultado será um panorama tipológico de inovações gráficas aplicadas ao livro impresso, circunscrevendo uma possível linguagem gráfica que emergiu, ou que está emergindo, no editorial.