Resumo:

O ensaio fotográfico Paisagens Catóptricas apresenta imagens especulares capturadas em superfícies reflexivas na arquitetura e em equipamentos urbanos de áreas específicas de São Paulo, em 2018. Materializa o resultado da pesquisa sobre relações entre paisagem, cidade e captóptrica e, simultaneamente, é o recorte a partir do qual se investiga o potencial desse universo especular enquanto categoria de paisagem. Inscreve-se em uma corrente de pensamento que constrói a noção de paisagem sobre relações entre pintura, literatura, jardins. Nas considerações referentes às superfícies reflexivas o foco é a limiaridade inerente ao espelho, e as questões daí suscitadas transitam em três esferas: na da representação (paisagem in situ e in visu; catóptrica e semiose; tridimensionalidade e visão do espaço); na esfera da escritura e da linguagem (tópicas ficcionais, tradições literárias e pictóricas); e na dos lugares (utopia e heterotipia). Paisagens Catóptricas explora imagens insólitas, alegorias de monstruosidades, concebidas em três categorias – Totens, Enigmas e Seres acidentais. A elas associam-se exemplos selecionados na catóptrica, nas artes visuais e na literatura que cumprem duas funções: indicar procedimentos e preceitos historicamente estabelecidos para alimentar a subjetividade e o olhar artializador dirigido à cidade contemporânea; fornecer parâmetros entre os quais a atenção possa flutuar livremente de acordo com o método cartográfico.