Resumo:

Microrganismos como as bactérias lácticas podem ter propriedades que auxiliam na saúde e bem-estar dos consumidores. Para que possam exercer seu efeito probiótico, esses microrganismos precisam atingir o trato intestinal em quantidades consideráveis, ao qual deverão permanecer aderidas. Por isso, é fundamental que elas resistam, quando ingeridas, às barreiras biológicas, como a ação dos sais biliares. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi verificar a resistência de 25 bactérias lácticas, isoladas de Queijo Minas Padrão artesanal, a diferentes concentrações de sais biliares através da metodologia de difusão em ágar. As bactérias foram plaqueadas em ágar Man Rogosa and Sharpe (MRS) e neste meio foram feitos poços de 8mm, nos quais foram adicionadas as concentrações de sais biliares de 0,15, 0,3, 0,6 e 1%. As placas foram incubadas a 37°C durante 24 horas para medida dos halos de inibição formados. Realizaram-se três repetições. A variação de halo de inibição ocorreu de 8,0mm até 22,7mm para a maior concentração de sais biliares e de 8,0mm até 9,3mm para a menor. As bactérias denominadas QS9, Can8, Can9, P2 e G9 foram as que apresentaram maior resistência aos sais biliares, pois apresentaram os menores halos de inibição, o que demonstra que são capazes de sobreviver em concentrações de sais biliares bem acima daquelas as quais seriam submetidas durante o processo digestivo, ou seja, de 0,3% a 0,5% em um ser humano. Portanto, estes isolados se mostraram promissores candidatos a probióticos, e serão selecionados para prosseguirem os experimentos de confirmação da capacidade probiótica.